terça-feira, 10 de junho de 2014

Vida com graça

Marcas no passado e passado que marca. Se não existissem, a vida seria sem graça. Prefiro assim, certa de que o mundo tá cheio de gente que ama quem a gente ama, cheio de gente amada por quem a gente ama, cheio de gente que a gente continua amando.


Amor é feito para compartilhar, traçar momentos, guardar lembranças para serem resgatadas na memória sem motivo, suspirar porque ele foi bom e também porque foi ruim. Se vai doer ou se vai durar, não importa. 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Vive agora, no tempo, comigo

Quando a mente decide não correr mais que o coração, a alma se acalma e se junta ao corpo, deixando transparecer a nobreza do desejo, da sinceridade, da vontade que é carne e amor na mesma medida. A lembrança de sua cor foi capaz de acalentar mais uma noite fria que passei sozinha, pois seus passos deixam traços e sua hora ainda não passou. Tem olhar que rouba o olhar da gente, mão que marca, homem que vira flor. Tem coração sem gênero que se apaixona, é feliz, e pronto, ponto.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Dói viver correndo

Imagine correr pelas estradas deixando para trás um amor. Não um grande amor – um amor comum, desses que trocamos a cada dois anos. Eu sou contra grandes amores; eles não existem, e se existissem seriam chatos demais. Para o amor ser bom, ele precisa ser fresco e brisa. E se você deixa para trás aquele amor que imaginou lá no começo, ele automaticamente se tornará algo grandioso e digno de saudade. Daí imagine correr pelas estradas deixando para trás um simples amor... A dor virá do mesmo jeito!

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Cinco de amor

Já são vinte trocas de estações de um sentimento que envolve saudade, ciúme, raiva e espera, sendo a espera um espelho da falta de coragem e da existência de uma eterna esperança. Foram quatro estações de paixão imatura. Seis estações de frustração e tentativa de esquecimento. Cinco estações de raiva e distância,  e mais cinco o buscando como amante. Talvez a ordem não importe tanto agora, momento em que assumo ter vivido à espera de ser selvagem ao seu lado, gritando aos quatro cantos do mundo que todos os obstáculos não foram suficientes para diminuir aquele mar de vontades que me afoga toda vez que perco mais uma batalha sem lutar. Porque você pra mim é batalha infindável, na qual sempre entro sem espada e sem escudo. Não busco armas e nem assumo meu posto nas lutas. Apenas me deixo levar, afinal, são muitos os números, não gosto de guerra, a soma é complicada, os adversários são profissionais, não tenho afinidade com matemática, minto para o mundo, você não gosta de mim... Ou talvez até goste, mas sabe que precisa de gente corajosa ao seu lado. 

quinta-feira, 27 de março de 2014

Amando todo o mundo

Quando sua casa era meu descanso, sua roupa me aquecia e seu riso me confortava, eu era mais segura. Mas a segurança que eu tinha em nós custava minha liberdade.



Nas vezes em que repousava em teu peito para dormir, sorria com a certeza de estar apaixonada. Ah, e como era bom ser amada pelos quatro ventos e aos quatro cantos!


Mas hoje prefiro me amar. E a parte de mim que amo, ama amar o mundo todo!



terça-feira, 23 de abril de 2013

Que ama a paixão

Talvez o álcool me baste, infle meu ego a ponto de me fazer sair sorrindo, arriscando passos ousados para cima de quem um dia me fez viver o lado mais amargo e pitoresco de mim. Encano com minha paixão doentia pelo amor amado, lastimado, desenfreado. Pela minha paixão precoce por aquele moço que me encantou pela forma como respirava. Pela minha paixão falsa por quem de verdade me amava. Pela minha paixão triste que ainda existe por eu não saber como largá-la. Porque sentimento a gente sabe que é bom quando dói e inspira na mesma proporção. Distorço uma música e escrevo sobre um romance antigo para entorpecer a realidade da menina eternamente insatisfeita. Cruzo lembranças e acabo sempre parando na porta de sua casa, implorando por aquela colher de chá de mel que me acalma só até o começo da semana. Depois começa tudo de novo, coração apertado dentro do peito que dói clamando por reciprocidade, declarações livres, poesias e promessas.

domingo, 7 de abril de 2013

Confissão II


Ai de mim se você se for, se decidir sair assim, voando, para ir de encontro ao seu mundo e me largar. Ai de mim se lhe perco sem motivo e sem vantagem, ou por culpa dos caminhos tortos que insistem em me desviar. Sei que sou errante. Mas sei mais ainda que é em você que o meu amor mora agora. 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Corra

Corra. Porque a hora chega e seu sonho pode lhe alcançar. Corra. Porque ser feliz não lhe basta, você precisa chorar, dormir e acordar chorando para a tristeza lhe ocupar. O mundo pouco sabe que seu pranto não é mel, é cachoeira tranquila que deságua quando sozinha. Você é foto, é frio, é fim. Não cabe numa história porque não sabe contar. 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Eu peço

Já pedi numa carta, para soar mais legítimo,
Já pedi em sussurros, numa espécie de oração
Mas, fugiu de mim,
Escapou assim, numa contradição
Talvez por medo,
Ou por desilusão.
Não sei, só sei que não quis,
Não quer meu coração.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Tanto queria


Queria dançar aquela música com quem não dancei,
Conhecer as pessoas que não conheci,
Pedir que ficasse quem permiti que partisse,
Pedir que partisse quem permiti que ficasse.


Queria sair na foto que não saí.
Queria viajar quando decidi ficar.
Queria dizer sim quando disse que não,
Que não queria estar aqui.



Eu quero, amor



Quero um pedaço de ti. Um pedaço quente e aconchegante que eu possa carregar sempre comigo.
E quero estar sempre contigo, em um caminho longo, confuso e florido que muitos chamam de amor.
Quero te chamar de amor. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Quando um poeta exagera nas palavras

Quando um poeta exagera nas palavras
É que está freando na paixão.
Não por medo,
Poetas nunca temem se entregar.
Veneram o sofrimento.
Quando um poeta freia na paixão
É para ter tempo de exagerar nas palavras,
E encontrar um novo motivo,
Inventar um tom de vermelho,
Criar um drama
E guardar fôlego para seguir em frente,
Com uma mesma ou com uma diferente...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Irei poemar

Como posso lhe deixar assim, sem me declarar e sem árduas e mentirosas promessas de sublime paixão? Mais uma vez me mando para o mar tendo que me entregar para a água salgada navegando só. Minha solidão combina com a cor pálida da concha mais gasta e com o voo da garça mais sedenta por liberdade. É que o seu sorriso combina com o tom da minha pele e o contorno dos seus lábios se encaixa na curva turva do meu pescoço. Então como posso lhe deixar assim, se partes de nossos corpos quentes estarão dramaticamente distantes ao ponto de que tudo para mim deverá se transformar em poesia? Irei poemar para me livrar do desassossego que não quero chamar por saudade, para me lembrar que da estrada eu sou e que cada minuto distante renderão dez de eternidade.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Uma dúvida, um medo


Medo do seu olhar que eu não sei se me trai, que me atrai de forma tão voraz e ao mesmo tempo me afasta. Me afasta de medo. Me afasta do medo. Falta pouco p'ro amor chegar?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Cantarolar

Quando passo a noite em soluços é porque faltam versos para me inspirar. Falta cor, falta colo, falta um motivo para eu me pintar. E quando eu me pinto, fico tão feliz com a beleza da pintura que começo cantarolar. E a noite se completa com o meu canto.
Quando passo a noite em soluços, é porque faltam braços para me aconchegar. Falta toque, falta tato, falta um motivo para eu me perfumar. E quando eu me perfumo, fico tão feliz com a  doçura do meu perfume que começo cantarolar. E a noite se completa com o meu canto.